Meus irmãos, os tempos podem trazer novos hábitos e costumes à sociedade, mas os objetivos das casas espíritas continuam os mesmos, desde a codificação de Allan Kardec.
Se no início as dificuldades residiam no exacerbado preconceito da sociedade à realidade do Espiritismo, agora é preciso lutar contra as sombras e deficiências existentes no íntimo de cada um de nós, porque disso depende a consolidação do amor preconizado pelo Cristo na Terra.
Assim como a queda dos preconceitos permitiu a multiplicação das casas espíritas no mundo, devem agora, os espíritas de hoje, derrubar as próprias fraquezas para que o amor e a paz igualmente se multipliquem.
Da mesma maneira que os pioneiros do passado enfrentaram o desprezo, a oposição e os costumes equivocados de uma sociedade ignorante acerca da realidade espiritual, os espíritas de hoje devem enfrentar, com perseverança e fé, o próprio egoísmo, a fim de que a discórdia não fomente infiltrações perniciosas de inteligências desencarnadas, que ainda não despertaram para a realidade do amor.
Hoje, a luta é bem outra. Somente mediante o espírito de colaboração, sem interesse pessoal, é que a vitória do bem se fará sobre a Terra.
Não bastará apenas demonstrar a inegável realidade da vida extra-física, nem somente ensinar a lei da reencarnação. Mais do que isso, será imperioso a disseminação do evangelho, a fim de que as criaturas que erram nas sombras da própria ignorância encontrem a rota correta para aportarem no bem que as liberta do mal.
Encontramo-nos hoje frente a importante desafio: o de despertar as consciências para a necessidade de se rearmonizarem com as leis divinas, pelo bem de todos e pela própria felicidade.
Nesse contexto, a casa espírita deverá ser, além do abrigo aos desamparados, o pronto-socorro dos sofredores e a fonte de luz para os que têm sede de paz e conhecimento espiritual.
Que os trabalhadores desta hora se apoiem mutuamente, a fim de que o progresso se estabeleça.
Que os irmãos de ideal se fortifiquem no Evangelho e na fraternidade.
Que estejam prontos a momentos de renúncia, para que o ideal se transforme em feliz realidade.
Que a união, a solidariedade e o amor concentrem-se nos pilares sobre os quais a causa do bem se apoiará.
Que a simplicidade e a sinceridade convertam-se na indicação segura para que os trabalhadores alcancem os resultados previstos.
Desse modo, estaremos todos favorecendo a doação de consolação, luz espiritual e equilíbrio moral.